Casa arrumada, mente arrumada

Você sabia que a desorganização da casa pode gerar impactos negativos na sua saúde mental? Isso é o que afirma um estudo publicado no Jornal de Personalidade e Psicologia Social que relaciona os fatores ambientais a níveis de alguns hormônios responsáveis por desenvolver sentimentos negativos e positivos.

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Segundo o estudo, mulheres que descreveram suas casas como bagunçadas, estavam mais tristes, cansadas e tinham níveis de cortisol mais altos (hormônio do stress) do que as que diziam ter suas casas organizadas. “Isso pode afetar o humor, o sono, a saúde e muito mais. Por isso organizar a casa ou seu local de trabalho não pode ser apenas uma opção, precisa se tornar um hábito”, ponderou a personal organizer, Eliane Antunes.

A mesma explica que ao eliminar a desorganização da casa, as pessoas se sentem mais relaxados e consequentemente mais felizes. “Já dizia o ditado: “casa arrumada, mente arrumada”. Parece brincadeira mas, na verdade, é uma frase que reflete muito a realidade, principalmente, considerando que o nosso cérebro funciona com alguns incentivos e percepções, em especial os visuais, e é por isso que ao finalizar a limpeza ou organização da casa, é possível sentir uma sensação reconfortante de satisfação e felicidade”, disse.

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Questionada sobre qual é a dificuldade mais comum quanto a questão da organização em residências, a especialista destaca dois pontos importantes: o desapego e o tempo. “Talvez o desapego seja um problema ainda maior, isso porque, na maioria das vezes, as pessoas têm mais dificuldade de encontrar algo por conta de ter muitas coisas acumuladas e, por ter muito, o ambiente acaba bagunçado, com pouco espaço o que faz as pessoas perderem muito tempo para organizar”. Outro exemplo mencionado por Eliane é devido a uma rotina de compromissos muito agitada. “Neste caso, as pessoas assumem muitos compromissos e isso também é ser desorganizado”.

DESAPEGO

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Tudo na vida tem um ciclo, começo, meio e fim. Precisamos saber identificar quando algo chegou ao seu propósito final. “Costumo explicar que quando você compra uma roupa nova porque estava estressada e depois não consegue usar,  provavelmente, aquela peça já cumpriu o seu ciclo e, portanto, nesse caso pode ser doada, mesmo que esteja nova”, argumentou Eliane.

A personal organizer explica que para saber fazer a escolha correta na hora do desapego é necessário observar certos critérios. “As pessoas são apegadas com coisas, às vezes até com aquelas que nem lembravam que possuía, geralmente são aquelas que estão no fundo do armário. E isso acontece ainda mais com itens que foram presentes de entes queridos, mas é bom lembrar que Jogar algo que você ganhou de uma pessoa que já faleceu, não quer dizer que está jogando a pessoa fora. Lembrando que esse tipo de desapego, precisa ser trabalhado nas pessoas de forma carinhosa”.

Eliane usa como exemplo a frase dita por uma cliente que demonstra exatamente a relação de bem-estar que vem atrelada ao hábito de organizar o lar. “Hoje vim tomar um café graças a você. Quando ia vestir a minha filha pro ballet, eu sempre atrasava porque não encontrava as coisas. Agora, com tudo organizado, foi tudo tão rápido que estamos aqui “matando tempo” tomando um café”.

Para saber se um objeto é mesmo necessário ou é tempo de doá-lo para outras pessoas, a especialista afirma que “quandoo assunto é desapego, eu prefiro chamar de detox, porque soa como um benefício, o que realmente é, e neste caso temos três opções a seguir: doar, jogar fora ou consertar”.

Para fazer isso a metodologia de Marie Kondo, uma japonesa que criou um método próprio para organização, é indicado. “Consta na ideia de que as pessoas devem ficar apenas com o que lhes fazem felizes, ou seja, se algo traz sentimentos ruins, o ideal é desapegar para poder se sentir bem”, disse.

Eliane destacou ainda que algumas pessoas têm mais dificuldade em desapegar, então ela sugere que as pessoas façam a si mesmas duas perguntas que são: Faz mais de um ano que não uso? Isso me faz feliz?”.

Ela explica que na maioria das vezes as pessoas ficam com itens que prometem ir consertar, por exemplo, e passado um ano, ainda não realizaram a tarefa. No caso de alimentos, se não usou há algum tempo, provavelmente esteja vencido, então pode ser descartado, e assim por diante. “Ao fazer essas duas perguntas, você não vai mandar consertar algo que não usa há muito tempo e provavelmente vai se perguntar duas vezes antes de guardar entulhos, pois é quase certo que não te faz bem olhar tudo aquilo”, destacou.

NO TRABALHO

Os ambientes de trabalho, quando desorganizados podem ter o mesmo efeito perturbador na rotina e desempenho das pessoas. Neste caso, a personal organizer explica que “deste a posição das mesas, os processos utilizados, a comunicação, o excesso de horas de trabalho e até a cor da parede e o som ambiente, se for de modo “desorganizado”, atrapalham a produtividade profissional, e isso acaba causando uma sensação enorme de impotência – “não consigo dar conta disso” – o que causa desânimo e preocupação nos colaboradores, deixando o psicológico perturbado, a energia baixa e com isso as pessoas começam a se sentir irritadas sem ao menos saberem o porquê, fora que olhar uma mesa cheia de papéis sem critérios pode deixar qualquer pessoa transtornada”.

Os problemas de saúde mental desencadeados por ambientes desorganizados, seja no trabalho, como em casa, podem levar a outras patologias. “Quando as pessoas se sentem angustiadas, elas podem descontar em outras coisas, como por exemplo, na comida. Tenho relatos de muitas clientes que ao fazer a organização da cozinha, começaram a cuidar melhor da alimentação. Algumas chegam até a emagrecer”, salientou.

Eliane lembra que ao que ao manter tudo organizado, o nosso cérebro entende que está no controle das coisas, e isso libera hormônios bons para o organismo, como serotonina, o hormônio da felicidade. “É comum observar nas pessoas que guardam muita coisa velha um grande desanimo,  pois não conseguem ver novas possibilidades. Posso dizer que tudo está interligado. Nossas emoções com o ambiente em que vivemos. Não tem como fugir disso”.

DICAS ÚTEIS

Para ajudar as pessoas a terem organização mesmo depois de um dia cansativo de trabalho, a personal organizer, dá algumas dicas para começar o processo de detox nas residências:

– Planeje o seu dia, tenha uma agenda, física ou on-line e anote os seus compromissos diariamente. Nada de acumular tarefas demais, seja realista ao fazer suas listas e aprenda a dizer não;

– Retire os objetos que não fazem mais sentido na sua casa. Se você não usou algo no último ano, é quase certeza que não usará mais. Desentulhe! Você se sentirá muito melhor.

– Organize a sua casa. Encontre um lugar para cada coisa. Comece por uma gaveta e assim sucessivamente.

– Invista tempo em aprender sobre organização. Se necessário, procure ajuda de um profissional, seja para organizar a mente (psicóloga) ou a casa (personal organizer).

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